Os insights coroam o processo de coaching fazendo com que nós coaches sejamos caçadores desse momento mágico, como vimos no artigo anterior. O insight é sinal da mudança, da libertação de um estado ou da conscientização de uma determinada emoção que, se estimulado, potencializa o caminho de aprendizado do cliente. Na prática, o coach estimula o seu cliente a explorar o entorno do que ocorreu, enfatizando alguns aspectos que demonstrem a importância de se refletir sobre uma determinada situação, na qual a ficha caiu, e aprender com esse fenômeno que é de suma importância para o processo de coaching.
Você lembra a ultima vez que gritou Eureka? Lembra de onde estava e o que acontecia no seu entorno? Como você se deu conta de que tinha descoberto algo novo? Que emoção você sentiu com essa revelação? Quão valiosa ela foi para você? E o que você fez com essa descoberta? Alguma aplicação prática? O que mudou em você, a partir disso?
São perguntas que o coach pode fazer durante a sessão para ajudar o cliente a se apropriar de um aprendizado, e descobrir como chegou a essa conclusão que não passa apenas pelo racional, mas que ilustra uma situação, um sentimento e o seu envolvimento com ambos. É parte do papel do profissional utilizar recursos variados como sua própria intuição, ou o que sabe sobre o cliente, para construir o momento do insight e auxiliá-lo na reflexão que se segue.
Essa compreensão súbita e intuitiva de alguma coisa que envolve mais de uma capacidade cognitiva representa a possibilidade de apreender alguma coisa e de vislumbrar “saídas” já que normalmente o insight costuma vir acompanhado do reconhecimento de algum desafio e de uma solução aparentemente repentina. Digo repentina, porque existe todo um processo anterior, interno, que vai se desenrolando como numa espécie de linha invisível que vai sendo puxada – e nós coaches trabalhamos para isso- e que quando ocorre é motivo de muita satisfação e alegria.
Estava tomando café no Café da Bienal, no Ibirapuera, e observei um garoto japonês de uns seis anos, chegar esbaforido junto à sua família ( mãe, pai e irmã), gritando:
Mãe !!! Mãe !!! Já sei como andar de patins roller.
Mãe – O que aconteceu?
Garoto – Estava andando no skate e percebi que se eu pressionar com o calcanhar eu ando mais rápido e se pressionar com a ponta reduzo a velocidade.
Mãe – muito interessante, mas e o que isto tem a ver com andar de patins roller?
Garoto - eu saquei se se fizer esse mesmo movimento no patins poderei aprender a andar ( os olhos do garoto literalmente brilhavam!).
Os pais então tiraram uma foto com ele registrando esse momento.
Garoto – Mãe, pede à irmã o patins emprestado para eu experimentar.....
Ouvindo a história desse garoto, o que você percebe? Identifica o momento mágico dele? Sentiu o que motivou a descoberta, o que estava acontecendo antes e depois? Consegue acompanhar o desenrolar desse novelo?
Então, guarde essa sigla: EIAVAC. Voltamos a falar disso no próximo artigo.