:: Conversa com o CEO::
Nas últimas décadas as organizações viveram muitos momentos de alternância entre planejamentos estratégicos absolutamente definidos, manterem pelo menos uma linha de orientação, ou simplesmente negarem o planejamento estratégico com o argumento de que as mudanças acontecem muito rapidamente.
Para os executivos nos diversos níveis é sempre um grande desafio perceber quais são os caminhos e as possibilidades que se apresentam para a continuidade da vida sustentável das organizações. Se pensarmos que a estratégia da organização acontece independentemente de ela ter sido planejada temos a evidência genuína de que a organização está em movimento, saiba você ou não a direção que ela toma.
Para onde olhar então para perceber a estratégia viva?
Nesse sentido a pesquisa do que está acontecendo internamente ou dos movimentos que estão se desenrolando deslocou-se aos poucos da percepção do que acontece com o indivíduo para a percepção do que acontece com os times, com os grupos que funcionam dentro da organização. Por esse motivo fica cada vez fica mais claro que o DNA da organização (sua identidade organizacional) se manifesta na prática durante a dinâmica de atuação dos times. É precisamente neste ambiente que de verdade se percebe a expressão de todos os valores, aqueles que realmente importam, manifestando-se de forma incontestável.
De que forma você CEO está preparado e orientado para processar mudanças na sua organização?
Olhar para o funcionamento dos grupos ou times é hoje uma necessidade estratégica e fundamental para as organizações se moverem. Através do que acontece nessas pequenas células é que se definem todas as grandes mudanças e se superam os grandes entraves que se desenrolam. Os times hoje representam na verdade os reais centros de poder; e por meio do impacto que causam dentro do sistema (stakeholders) eles determinam no curto, médio e longo prazo o que a organização pode ser.
Na minha perspectiva entendo que é fundamental que as empresas percebam esse deslocamento do centro de poder e atuem mais no sentido de potencializar e de criar sinergia entre as diversas equipes para alinhar suas atuações aos interesses gerais da organização. A miopia em relação a isso pode levar a organização a processos de paralisia, perda de energia, perda de mercado pela atuação de forças opostas (times atuando em polaridade ou em paradoxo). Os times são compostos por integrantes sistematicamente entrelaçados entre si, que constituem sua organização desde seu DNA. Eles são interdependentes e precisam ser congruentes entre si.
Porém reconhecer e aceitar esse fenômeno de transferência de poder é sem dúvida extremamente desafiador para as lideranças. Isso pressupõem toda uma forma de liderar a partir do reconhecimento das diversas forças invisíveis, que na realidade definem o que vai acontecer, e como conviver com o constante alinhamento e balanceamento dessas diferentes tensões. É preciso esquecer o que entendíamos por estabilidade, conforto, previsibilidade e poder centralizado.
Que elementos na sua organização permitem a você evoluir e reagir diante das oportunidades do ambiente?
Para ilustrar melhor a ideia é como passar de um processo em que se seguia o que vinha de cima e se buscava sempre um alinhamento com esse pensamento mais geral. Para uma dinâmica em que você precisa desenvolver a capacidade de observar como se fossem diversas bolhas se movimentando dentro do sistema e o seu trabalho passa a ser o de um grande alinhador, um leitor de tendências, que sobretudo tem a responsabilidade de possibilitar um encontro entre os desejos mais centrais da organização: envolvendo os seus acionistas e os movimentos reais e orgânicos dos grupos que fazem o processo acontecer.
Sem dúvida o estado da arte como líder é conseguir “ler” todas as tendências e oferecer as condições para que aconteça esse encaixe dinâmico e instável (realidade VUCA https://bit.ly/3JD6VtK). Viver nessa realidade instável não é simples, e isso talvez explique o alto nível de ansiedade que se observa hoje em todos os níveis das organizações, mas principalmente entre os C-levels que estão no centro dessa mudança de modelo e vivem essa polaridade entre um pensamento centralizado e as tendências e tensões do movimento dos times. Não há dúvida de que não é algo simples de se administrar.
As organizações que reconhecerem mais rapidamente essa realidade e assim investirem mais olhando para a construção de times serão as que sobreviverão de forma saudável. Muitas organizações tradicionais já perceberam essa força e estão se estruturando como uma série de pequenas startups internas. Isso representa sem dúvida um avanço no sentido de captar a nova tendência, mas ainda permanece o desafio sempre de alinhar as expectativas do centro com a periferia, ou seja, com os steakholders e com o propósito dos times. Este sem dúvida parece ser o desafio de liderança do século 21.
De que forma você tem alinhado os ideais da sua empresa com o movimento dos times? Como a sua organização reconhece a expressão do seu DNA? Quanto você percebe e aceita esse deslocamento do poder para os times? Quanto você investe no fortalecimento dos times?
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Jorge Dornelles de Oliveira
Março de 2022
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